Seja bem vindo(a) à Santana do São Francisco, município do Estado do Sergipe. Localizado à 120,8 km de Aracaju via BR-101 e SE-335, o município se estende por 45,6 km² e contava com 7 780 habitantes no censo de 2010. A densidade demográfica é de 170,5 habitantes por km² no território do município. Vizinho dos municípios de Neópolis, Penedo e Pacatuba, Santana do São Francisco se situa a 5 km a Sul-Oeste de Penedo a maior cidade nos arredores.Os habitantes se chamam santanenses.
Os primeiros ocupantes da região foram os Holandeses, que vieram no final do século XVII, disfarçados de Jesuítas, em busca de ouro e de pau-brasil, permanecendo na terra até serem expulsos pelos Portugueses. Após a expulsão dos Holandeses, em meados de 1730, começaram a chegar os primeiros colonizadores da região. Não existem registros históricos do processo de evolução local até o início do século XX, quando Pedro Gomes passou a terra ao seu filho, o Capitão Belarmino Gomes da Silva Dias, fundador da Fazenda Carrapicho. Esta fazenda consistia de vastas terras, limitadas pelo Rio São Francisco, que recebeu esta denominação pela grande concentração de vegetação, cujos pequenos frutos com espinhos ou pêlos, aderem facilmente à vestimenta do homem, nos pés descalços e ao pêlos dos animais.
Posteriormente, as terras e lagoas passaram, em sucessão, aos herdeiros, que assumiram as atividades exploratórias da lavoura. O surgimento dos primeiros artefatos manuais com barro, deu-se pela facilidade de trabalhar aquele tipo de solo, bem como pela necessidade, por parte da família dos empregados da fazenda, de utensílios domésticos. O primeiro artesão foi José Feliciano Passos, empregado da fazenda e que, contra a vontade de seus patrões, casou-se com uma das herdeiras, Joana da Silva Dias. Após conhecer seu primogênito, José Carvalho Passos e com a dissolução de seu casamento, Joana contraiu novo matrimônio com Antônio Mathias Barroso, o que resultou em outros filhos. Mais tarde, com o falecimento de Joana, José Carvalho Passos, apesar de ser primogênito, não participava da divisão dos bens, e assim, as terras ao poder da família Barroso, que as mantém, em grande parte, até hoje.
José Carvalho Passos deu continuidade ao trabalho de seu pai como artesão, o que ainda é tradição da família. Seu filho, Messias da Silva Passos, iniciou junto com a comunidade a construção da igreja Matriz em 1907. O neto de José Carvalho Passos, conhecido como Senhor Zuza, nascido em 09-11-1922, é quem preserva, até hoje, os dados históricos de Santana do São Francisco. A cerâmica propagou-se na região, transformando-se logo em fonte produtiva do ponto de vista econômico, gerando emprego e renda, tornando-se conhecida também como manifestação da cultura popular.
O advento da cerâmica em Carrapicho proporcionou o aumento de sua população, em decorrência de volumes de pessoas que ali buscavam a terra para morar e trabalhar, passando assim a definir o povoado. As pessoas que ali buscavam moradia, pagavam uma taxa de 3 mil réis pelo aforamento da terra, e se ocupavam dos cultivos de subsistência, principalmente com arroz e das atividades com cerâmica. Segundo declarações de pessoas entrevistadas no local, a aquisição de moradia de grande parte da população do povoado de Carrapicho ocorria do seguinte modo: A escritura da casa era feita no Cartório de Neópolis, sendo o terreno foreiro de propriedade da família Barroso. Esta situação permanece sem alterações significativas na atualidade.
Em 1962, lideranças locais como Edgar Silva e Celso Rezende movimentaram o povoado e encaminharam à Assembléia Legislativa reivindicar para a emancipação política de Carrapicho, sendo posteriormente aprovada através da Lei nº 1254, de 06 de abril de 1964, que criou o município. Entretanto, com o golpe militar de 1964 e a consequente suspensão dos direitos políticos, aliada à ausência de eleição no país, Carrapicho permaneceu na condição anterior do município.
O crescimento do povoado Carrapicho, segundo seus moradores, deu-se pela disponibilidade da terra, que provocou a chegada de um grande número de pessoas à procura de trabalho e melhores condições de sobrevivência, configurando assim a povoação da cidade. Suas primeiras ruas tinham denominação típica das pequenas cidades: Rua do Penico; Rua Compra Fiado; Rua da Arapiraca, Rua do Quadro; Rua da Bananeira, Rua do Cajueiro, etc.
Na década de 70, as manifestações em Santana do São Francisco, ocorreram em consequência dos acontecimentos, nas esferas Nacional e Estadual. É nesse período que a CODEVASF se instala com o objetivo de dar apoio à região do Baixo São Francisco, através da realização do Projeto de Colonização e Irrigação, no qual o município está inserido. Na época, com a indenização das terras, levada a termo pela CODEVASF, o povoado Carrapicho recebeu um considerável contingente populacional em busca de trabalho na poscicultura e no cultivo do arroz.
Em 1977, o governo do Estado implantou a Cooperativa Artesanal de Carrapicho, visando incentivar e dinamizar a fabricação de artefatos de cerâmica. Entretanto, esses objetivos não se concretizaram e a experiência cooperativista fracassou em decorrência do descrédito dos associados. No início dos anos 80, a política nacional de incentivo ao PROALCOOL permitiu a implantação da destilaria Grande Vale no Município de Neópolis. Segundo informações locais, os primeiros anos representam a fase do progresso da indústria; posteriormente a empresa é desativada em decorrência da ingerência administrativa. Atualmente a área e a usina por estar inserida no Platô de Neópolis passarão a ter outra utilização, uma vez que ali restou somente parte da sucata da antiga usina de beneficiamento da cana-de-açúcar.
Data de 12 de maio de 1989, o anteprojeto de constituição para conclusão no capítulo das Disposições Constitucionais, criando o Município de Santana do São Francisco, com sede no povoado Carrapicho, desmembrado do Município de Neópolis, através da Lei nº 1254, de 06 de abril de 1964, publicada no Diário Oficial de 14 de abril de 1964. Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Hoje, a cidade vive e respira o artesanato e é conhecida nacionalmente como a cidade da cerâmica, que se encontra disseminada por todo o território sergipano. Entre as peças, encontram-se verdadeiras preciosidades que representam a criatividade do artesão e a capacidade de inovar sem que sua obra perca características tipicamente sergipanas. A cerâmica de Santana do São Francisco reúne verdadeiras obras de arte e artesãos de renome internacional como o Beto Pezão e Wilson Capilé, artistas que possuem o dom natural de transformar o barro em grandes obras de arte.
É possível observar as obras de Capilé, aqui na Vila Aju. As Nega-malucas ou namoradeiras estão presentes nos cenários da pousada, bem como os tachos de barro que estão presentes na Casa do Sertão que foram feitos por Capilé.
Percebe-se rapidamente que o comércio local gira em torno da cerâmica e que a cidade acanhada aos poucos vai mostrando sua força e ganha ares bem convidativos a visitação das fabriquetas. Em cada esquina são diversas variedades de utensílios e esculturas expostas nas calçadas das casas, secando ao sol. A lenha que serve de combustível nos fornos de cerâmica está em toda parte da cidade. Não é por acaso que no quintal o forno de cerâmica é um dos cômodos que não pode faltar na estrutura da casa. O cenário é bem típico dos ateliês de arte popular nordestinos: casa de taipa, pouca estrutura e fornos de tijolos, desenhando um cenário misto de superação do artesão e muita vontade de vencer. O maquinário exige força física e não há condições para um bom trabalho, mas o que seria da escultura popular se o processo de fabricação fosse completamente mecanizado? Questionamentos à parte, a vontade de vencer faz de alguns artesãos verdadeiros micro-empresários, contando com uma equipe de trabalho e uma boa renda no final do mês. Em cada fabriqueta ou ateliê, o artesão produz até mais de 40 mil peças por mês, fazendo da cidade um verdadeiro centro de exportação de peças figurativas, panelas de barro e filtros de água. As bonecas “nêga maluca” e a figura do nordestino esculpida com grandes pés são as mais procuradas.
Esqueça a estrutura e veja a essencial da arte sergipana ali presente. Vale a pena visitar e conferir de perto o artesão esculpindo o barro. O manuseio frenético e compassado faz de segundos o tempo máximo para esta pronta uma obra que vai parar nas mesas de paulistas, cariocas, gaúchos, baianos, alagoanos, e assim vai fazendo com que a arte do povo sergipano ganhe o mundo, levando o olhar sergipano em cada peça criada, muitas vezes a preço de obras de arte expostas em galerias.
Outros artesões como Cachoba, Juquinha, Gilmar, Cristina Francisca, Zé de Flora, Edílson Fortes, Pedro das Pedras também fazem parte dos representantes dessa arte. São eles que contribuem para que Sergipe seja o estado do nordeste que apresenta maior número relativo de ocorrências de produção artesanal, com 65 dos municípios produzindo artesanato, representando aproximadamente 87% do total de municípios do estado e um cadastro de 4.720 artesãos. No Mercado Central de Artesanato é onde se encontra a representatividade de 60 deles.
No Mercado Central de Artesanato é onde se encontra a representatividade do artesanato produzido em Santana do São Francisco. Ônibus de visitantes chegam todos os dias para trazer visitantes ávidos pela compra da cerâmica. Em frente do mercado, há um mirante recém-construído que avista as águas esverdeadas do rio São Francisco.
Mas é na prainha da Saúde, no povoado do mesmo nome e a 2 km da sede municipal que a natureza se faz representar em sua magnitude na localidade. Há locais para banhos e um enfileirado de bares rústicos que servem o camarão de água doce e a deliciosa traíra assada. Além disso, sombra e tranquilidade estão garantidas.
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