Conheça Laranjeiras em Sergipe

Seja bem vindo(a) à Laranjeiras, município do estado de Sergipe localizado  a 23 quilômetros de Aracaju. É um lugar que permite conhecer a força da arquitetura colonial do Brasil. 

Cidade de Laranjeiras
Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto por Divulgação.

Laranjeiras já foi a mais importante cidade sergipana. Berço da cultura, educação, política e da economia. Este município só não se tornou a capital de Sergipe por conta de uma manobra política do Barão de Maruim, que transferiu a sede de São Cristóvão para Aracaju. Depois que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram com as nações indígenas, por volta de 1530, muitos ‘colonos’ acabaram se fixando às margens do Rio Cotinguiba. Essas terras pertenciam à Freguesia de Socorro. Naquela região, mais ou menos uma légua da sede, foi construído um pequeno porto e, por conta das inúmeras e frondosas laranjeiras à beira do rio, moradores e viajantes começaram a identificar o local como porto das laranjeiras. Só em 7 de agosto de 1832, em decorrência da grande influência política dos proprietários de terras e comerciantes, a Assembléia Geral da Província toma uma decisão polêmica. Transforma o povoado em vila independente. E em vez de desmembrá-la da freguesia de Socorro, os deputados anexaram o território de Nossa Senhora do Socorro ao de Vila de Laranjeiras. Os socorrenses tentaram de todas as formas reagir, e em 19 de fevereiro de 1835, Socorro é transformada em vila, sendo suas terras desmembradas das de Laranjeiras, que foi reduzida à Freguesia do Sagrado Coração de Jesus das Laranjeiras. Laranjeiras possui uma população estimada de 30.327 habitantes numa área de 162,273 km² dando uma densidade demográfica de 165,78 hab/km² segundo dados do IBGE. Na cidade ocorre muita migração pendular (diariamente) devido à sua proximidade com a capital sendo por isso considerada uma cidade-dormitório. A agricultura e a indústria são a base da economia laranjeirense. Com destaque para a lavoura de cana-de-açúcar. A cidade conta ainda com grandes indústrias como a Petrobrás/Fafen, fábrica de fertilizantes e nitrogenados,  a fábrica de cimento Votorantim e a Usina São José do Pinheiro, produtora de álcool e açúcar.

Edificacoes do Calcadao Getulio Vargas.
Edificações do Calçadão Getúlio Vargas. Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto: Arthur Leite.

A cidade de Laranjeiras tem como característica seus morros e colinas, as suas ruas são calçadas com um tipo específico de pedra, a pedra-sabão, chamando muito a atenção do visitante. A cidade possui uma série de restrições em relação à mudança arquitetônica, isso se dá pelo seu tombamento histórico. Os visitantes quando chegam ao local se deparam com uma arquitetura que remete ao passado brasileiro. Laranjeiras é um convite ao passeio no tempo e resguarda parte da época colonial açucareira de Sergipe. Considerada Berço da Cultura Popular, intitulada de Atenas Sergipana, por suas colinas com pitorescas igrejas ao topo, cidade dos terreiros de candomblé, da formação dos jesuítas em Sergipe e área de pesquisas de cavernas, o município resguarda tradições seculares, que se evidenciam na comunidade negra local e nos seus museus.

Em Laranjeiras, é possível conhecer Igrejas seculares, casarios da época do engenho de açúcar, além de se encantar com as manifestações folclóricas e seu artesanato. A cidade conta com diversos pontos turísticos religiosos, como por exemplo, a Casa de Engenho Retiro, Igreja de Santo Antônio e Nossa Senhora das Neves, a Capela de Santo Antônio e a Capela de Engenho Jesus. Algumas das igrejas encontradas no local têm como característica terem sido construídas por negros na metade do século XIX como a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, Nossa Senhora da Conceição dos Pardos, Igreja Bom Jesus dos Navegantes dentre tantas outras.É possível reconhecer nas igrejas as castas sociais da época do Império, basta comparar as igrejas dos brancos com a dos pardos e a dos negros, a começar pelas torres: a Igreja Matriz (dos brancos) tem duas, a Nossa Senhora da Conceição dos Pardos tem uma e a Igreja de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário (dos negros) não tem uma torre sequer.

Igreja de Sao Benedito e Nossa Senhora do Rosario.
Igreja de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Foto por divulgação.
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, Cidade de Laranjeiras. Foto por divulgação.
Igreja Bom Jesus dos Navegantes.
Igreja Bom Jesus dos Navegantes. Cidade de Laranjeiras. Foto por divulgação.
Interior da Igreja Matriz Sagrado Coracao de Jesus.
Interior da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus. Foto por divulgação.
A Igreja Nossa Senhora da Conceicao dos Pardos.
A Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pardos. Foto por divulgação.

A cultura de Laranjeiras sofreu influências indígena, negra e portuguesa. A herança mais marcante se traduz nos diversos grupos folclóricos que compõem a cultura da cidade de Laranjeiras, dentre eles, a Taieira, o Cacumbi, a Chegança Almirante Tamadaré e o Lambe-Sujos x Caboclinhos. Todas essas manifestações culturais e seus mestres podem ser conhecidos na Casa do Folclore Zé Candunga.

Casa do Folclore Ze Candunga.
Casa do Folclore Zé Candunga. Foto por divulgação.

Dessa forma, o seu folclore se tornou um dos mais diversos do Brasil, fazendo com que o visitante viaje através do tempo. Laranjeiras propicia por meio de sua comunidade interação com o visitante de modo a torná-lo membro dos festejos, isso acaba se tornando de extrema importância, pois permite a continuidade da tradição. Em outubro, a cidade promove o encontro entre os Lambe-Sujo e Caboclinhos, essa manifestação representa os negros fugidos e os índios que foram contratados para capturá-los.

Festa dos Lambe Sujos vs. Caboclinhos.
Festa dos Lambe Sujos vs. Caboclinhos. Cidade de Laranjeiras. Foto: Adilson Andrade

Em janeiro, acontece o tradicional Festival da Cultura Popular, com cortejo de grupos de folguedos populares que enfeitam, cantam, dançam e animam as ruas, tornando a festa encantadora para todos que assistem. Por isso, é impossível resistir. As pessoas não resistem e seguem atrás dos grupos. É uma das principais manifestações da cultura popular e sergipana, e por isso atrai turistas de todo o Brasil e de diversos lugares do mundo.

Grupo Folclorico Cacumbi
Grupo Folclórico Cacumbi, Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto: Adilson Andrade.
Grupo Folclorico Sao Goncalo
Grupo Folclórico São Gonçalo, Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto: Enaldo Valadares.

Outros eventos acontecem na cidade de Laranjeiras, como: 

  • Festa do Bom Jesus dos Navegantes: festa sacra com procissão no rio que corta o centro histórico da cidade. Blocos de frevo tocam pelas ruas da cidade
  • Festa de Reis – Comemoração do Ciclo Natalino com procissão
  • Semana Santa / Penitentes – grupo de penitentes vagam encapuzados pelas ruas da cidade durante a quaresma, rezando e cantando.
  • Micareme – festa que reúne blocos de estilo carnavalesco mas tocando músicas de frevo e marchinhas. Ocorre durante três noites da segunda quinzena do mês.
  • Manifestações afro-brasileiras com lavagem da Igreja Senhor do Bonfim
  • Corte do Inhame Nagô
  • Festa do Padroeiro Sagrado Coração de Jesus (novena e procissão)
  • Combate do Lambe Sujo e Caboclinho – Festa popular de cunho profano, revivendo a memória das lutas entre os negros (homens pintados de cabaú) e índios (homens pintados de xadrez vermelho).

Destacam-se também a Casa de Cultura João Ribeiro, sedeada em uma construção do século XIX em estilo eclético com tendência neogótica; o Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, que possui peças que ilustram o período escravocrata, além de representar a cultura afro nas suas mais variadas forma. O Museu Afrobrasileiro de Sergipe foi o primeiro museu montado especialmente para o estudo da presença do negro na formação do povo brasileiro mostrando os traços do africanismo sergipano que começa pela economia da época da monocultura canavieira, com uma mostra de peças ligadas ao cultivo da cana e à produção do açúcar, com mobiliário e meios de transporte utilizados pelos senhores de engenho e utensílios domésticos usados pelos escravos da casa grande, além de instrumentos de tortura, originais, que foram utilizados contra os negros. A Comunidade Quilombola Mussuca, que é uma boa pedida para quem quer completar a busca pelas mais autênticas tradições que envolvem negros, índios e europeus. Lá, moram muitos dos brincantes dos grupos folclóricos e é remanescente de quilombo; e o Museu Comunitário Filhos de Obá, um dos primeiros terreiros de candomblé de Sergipe, é considerado de Matriz até hoje, já que muitos outros se originaram dele. Os Filhos de Obá, de origem Nagô, é tombado pelo Governo de Sergipe, por manter a religiosidade e tradições afro do Brasil. Em sua sede também há um espaço de visitação, com acervo e história dos seus devotos. O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras, seu acervo de arte religiosa, é representativo da devoção e da fé dos Laranjeirenses. O museu não é grande, mas seu rico acervo reúne peças de diversas igrejas da cidade, dentre mobiliários, artes plásticas, esculturas, porcelanas e documentos.

Casa da Cultura
Casa da Cultura, Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto por divulgação.
Museu de Arte Sacra de Laranjeiras.
Museu de Arte Sacra de Laranjeiras. Foto por divulgação.
Museu Afro Brasileiro de Sergipe
Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, Cidade de Laranjeiras. – Foto: Arthur Leite.

Laranjeiras possui áreas relevantes de recursos naturais, dentre elas: rios, remanescentes de mata atlântica e cavernas. As cavernas localizadas neste município têm despertado cada vez mais o interesse para visitação, devido ao fácil acesso, beleza cênica e às maravilhosas histórias e lendas que as circundam. As cavernas que mais despertam o interesse são Pedra Furada, Matriana e Tramandaí, situadas a aproximadamente 1,5km da sede municipal. O ponto de partida conta com infraestrutura de apoio, com banheiro, restaurantes e local para compras de artesanato, ideal para passar o dia e poder conhecer um pouco mais desta aconchegante cidade.

Pedra Furada Cidade de Laranjeiras
Pedra Furada, Cidade de Laranjeiras, Sergipe. Foto: Igor Graccho.

Para se chegar é recomendado ir de carro próprio ou de agência receptiva, aproveitando a integração do roteiro Cidades Históricas, passando por São Cristóvão e Laranjeiras. Também é possível chegar de transporte público, através de ônibus que partem da Rodoviária Velha (Terminal Rodoviário Governador Luiz Garcia) que fica no centro da cidade de Aracaju.

Referências:

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